Iniciarei
a área de estudos com os testemunhos das pessoas que foram influenciadas pela
carta aos Romanos. Não deixe de acompanhar.
O nosso primeiro exemplo é Aurélio Agostinho,
conhecido no mundo como Agostinho de Hipona e que viria a tornar-se o maior dos
Pais Latinos da igreja primitiva, nasceu em uma pequena fazenda onde hoje é a
Algéria. Durante a sua turbulenta juventude ele foi, ao mesmo tempo, escravo de
suas paixões e objeto das orações de sua mãe, Monica Na qualidade de professor
de literatura e retórica, mudou-se sucessivamente para Cartago, Roma e depois
Milão, onde acabou sendo atraído pela mágica das pregações do Bispo Ambrosio.
Foi ali, durante o verão do ano de 386, aos tinta e dois anos de idade, que ele
retirou para o jardim da hospedaria onde morava, em busca de solidão.’’Para ai
fui levado pelo tumulto do coração onde ninguém podia interferir na luta
violenta que travava comigo mesmo...[1]
Eis que, de repente, ouço uma voz vinda da casa
vizinha. Parecia de um menino ou de uma menina repetindo continuadamente uma
canção:”Toma e lê; toma e lê ... A única interpretação possível, para mim, era
a de uma ordem divina para abrir o livro e ler as primeiras palavras que
entrasse... Apressado, voltei ao lugar onde Alípio ficara sentado, pois, ao
levantar-me , havia deixado aí o livro do Apóstolo. Peguei-o, abri e li em
silêncio o primeiro capitulo sobre o qual caiu meu olhar: "Não em orgias e
bebedeiras, nem na devassidão e libertinagem, nem nas rixas e ciúmes. Mas
revesti-vos do Senhor Jesus Cristo e não procureis satisfazer os desejos da
carne "[Rm13.13s]. Não quis ler mais, nem era necessário. Mal
terminava a leitura dessa frase, dissiparam-se em mim todas as trevas da
dúvida, como se penetrasse no meu coração uma luz de certeza[2].