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terça-feira, 27 de novembro de 2012

Estudo de João 3:22-36


Inveja e partidarismo
Verdadeira humildade
A dignidade de Cristo sendo declarado
Salvação

De certa forma, essa passagem merece atenção especial daqueles que amam a leitura bíblica. Temos aqui o ultimo testemunho que João Batista deu a respeito do Senhor Jesus Cristo. No final de seu ministério, João Batista, fiel ministro de Deus, foi o mesmo que era no inicio. Não mudou o que pensava sobre si mesmo, nem a respeito de Cristo. Feliz a igreja cujo ministro é firme, ousado e constante como João Batista.

Vemos, inicialmente, um marcante exemplo de inveja e partidarismo que pode haver entre os que professam o cristianismo. Lemos que os discípulos de João Batista ficaram ofendidos, porque o ministério de Jesus começou a atrair mais atenção do que seu mestre. “Foram ter com João e lhes disseram: Mestre, aquele que estava contigo alem do Jordão, do qual tens testemunhado, está batizando, e todos saem ao seu encontro.”
Infelizmente, a atitude demonstrada nesta reclamação é muito comum nas igrejas de Cristo.

Tais queixosos jamais deixaram de ter sucessores. Não tem faltado seguidores que se importam mais com o aumento de seu próprio grupo do que com o desenvolvimento do verdadeiro cristianismo. Estes não conseguem se regozijar  com o crescimento da igreja, a não ser que isso ocorra no seu próprio grupo. Muitos não conseguem ver boas coisas sendo realizadas, a não ser em suas próprias congregações. Tais homens parecem dispostos a deixar outros fora do céu, se não procurarem entrar através de sua denominação.

O crente verdadeiro deve orar e guardar-se dessa atitude manifestada pelos discípulos de João. É uma atitude insidiosa, contagiosa e prejudicial à causa do evangelho. Nenhuma outra coisa, mais do que a inveja e o partidarismo entre os crentes, causa tanta desonra ao cristianismo e leva inimigos da verdade a blasfemarem. Estamos presentes a verdadeira graça divina, devemos estar prontos  e dispostos a reconhecê-la, mesmo que seja fora  do nosso campo de trabalho. E esforcemo-nos a dizer como o apostolo Paulo: Fil 1:18  “Mas, que importa? O importante é que de qualquer forma, seja por motivos falsos ou verdadeiros, Cristo está sendo pregado, e por isso me alegro. De fato, continuarei a alegrar-me,”.Se o bem está sendo praticado, devemos ser gratos; mesmo que não esteja sendo feito de maneira que pensamos ser a melhor. Se as almas estão sendo salvas, devemos nos alegrar, qualquer seja o meio que Deus ache apropriado utilizar.

Vemos também nestes versículos, um esplêndido modelo de verdadeira piedosa humildade. Notamos na vida de João Batista uma atitude bastante diferente daquela demonstrada por seus discípulos. Ele inicia sua argumentação apresentando o grande principio de que aceitação diante dos homens é um dom de Deus, portanto, não devemos presumir que acharemos falta em outros, quando forem mais aceitos que nós. “o homem não pode receber coisa alguma se do céu não for lhe dado”. Prosseguindo relembra aos seus seguidores de ter declarado anteriormente que alguém maior que ele a mesmo estava por vir: “Vos mesmos sois testemunhas de que vos disse: Eu não sou Cristo” Esclarece que seu oficio em relação a cristo, é o oficio do amigo do noivo em relação a este. Finalmente, com solenidade afirmou que Cristo haveria de crescer mais e mais e que ele se tornaria cada vez menos importante; assim como o brilho da estrela é ofuscado pelo sol nascente, gradualmente ele desaparecia.
 Uma atitude semelhante a de João batista é o mais elevado nives de graça que o homem mortal pode obter. Aos olhos de Deus, o homem mais santo é aquele que mais se reveste de humildade (1 Pe 5.5). Sabemos qual o segredo para sermos homens da qualidade de Abraão, Moises, Jó, Davi, Daniel, Paulo e João Batista? Eles eram, acima de tudo, homens humildes. Viveram em épocas diferentes e experimentaram diferentes graus de iluminação espiritual; mas, pelo menos aspecto de humildade, tinham a mesma característica. Nada viam em si mesmos, alem de pecado e fraqueza. A deus rendiam toda a gloria por aquilo que eram. Andemos em seus passos. Busquemos com zelo os melhores dons, mas, acima de tudo, procuremos ser humildes. A honra  verdadeira é alcançada através da humildade.Nenhum foi tão honrado por Cristo quanto o homem humilde que disse: “Convém que ele cresça para que eu possa diminuir”

Vemos, ainda, a instrutiva declaração quanto a honra e a dignidade de Cristo. João ensinou sobre a grandeza daquele que veio. Referiu-se a ele como “o noivo” da igreja, aquele que veio “das alturas”; “o enviado de Deus” a quem Deus não concebeu “o Espírito por medida” o que é “amado do Pai” em cujas mãos todas as coisas foram confiadas; aquele que nele crê obtém a vida eterna, o que rejeita sofre eterna destruição. Todas elas demonstram a profundidade e  a altura da compreensão espiritual de João Batista.

Na vida ou na morte esforcemo-nos para ter a mesma compreensão demonstrada por João Batista a respeito do senhor Jesus. Jamais seremos capazes de exaltar cristo acima do que convém. Nossos pensamentos acerca da igreja, do ministério e das ordenanças podem facilmente ser muito elevados e exagerados. Mas acerca de Cristo, nunca chegaremos a pensar de forma demais elevado , ou ama-lo de forma exagerado, ou nele confiar de modo excessivo, ou louva-lo mais do que conveniente.Ele é digno de toda honra que lhe podemos oferecer. Nos céus ele é tudo. Vigiemos para que na terra ele seja tudo em nossos corações.
Por ultimo, nessa passagem vemos que João Batista faz uma grande declaração sobre a salvação que os verdadeiros crentes desfrutam no presente. Ele afirmou: Quem crê no filho tem vida eterna. O perdão, a paz e o total direito ao céu tornam-se sua possessão imediata, no instante que deposita a fé em cristo.

Esta verdade contem um dos mais gloriosos privilégios do evangelho. Para o pecador sejam aceito por Deus não há obras a serem realizadas, nenhuma condição a cumprir, nenhum preço a ser pago ou necessidade de passar por desgastes. A salvação está próxima ao pior dos pecadores, , este precisa-se arrepender-se e crer, e, a partir desse momento será salvo.

Meditações no evangelho de João
J.C. Ryle pag 39 40