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terça-feira, 25 de setembro de 2012

Evangelho de João. Estudo 1- Introdução




Introdução

Não tenho duvida quanto a isso, o evangelho mais usado dentre os cristãos é o evangelho de João. Alunos de universidade para atestar para seus colegas que Jesus é o filho de Deus entregam folhetos com o seu conteúdo. Crianças nas escolas dominicais aprendem e decoram as suas historias. Muitas pregações são baseadas nesse livro, está no cerne de discussões teológicas. É um evangelho riquíssimo de informações e devemos olhar para ele de uma forma diferente. Pelo fato de João escrever o seu relato num estilo simples e claro, a tendência poderia subestimar a profundeza do Evangelho. Já que o evangelho de João, olhando em comparação com os outros, seria um "evangelho espiritual", as verdades que ele transmite são profundas. Devemos olhar para o livro com muito cuidado, principalmente com oração e meticulosidade, a fim de descobrir a vastas riquezas dos tesouros espirituais que o apóstolo, sob a condução do espírito santo, amorosamente depositou no seu evangelho.

Autor

Embora o nome do autor não apareça no evangelho, a tradição primitiva da igreja de maneira forte e consistente o identificou como sendo apóstolo João. Irineu (c. 130-200 d.C), um dos país da igreja primitiva, foi discípulo de Policarpo (c. 70-160 d.C) que foi discípulo do apóstolo João. Ele testificou com base na autoridade de Policarpo que João escreveu o evangelho já em idade avançada, durante o tempo em que morou em Éfeso, na Ásia menor.[1]
Para reforçar a tradição primitiva da igreja, há características internas significativas no evangelho. Enquanto os evangelhos sinóticos (Matheus, Marcos, Lucas) identificam o apóstolo João por nome aproximadamente 20 vezes, mas em seu evangelho o seu nome não é identificado. Em vez disso, o autor prefere-se identificar como o discípulo “a quem Jesus amava” (13.23; 19.26; 20.2; 21.7,20). A omissão deliberada de João reflete a sua humildade e o fato de registrar tantas vezes “a quem Jesus amava” celebra o seu relacionamento pessoal com Jesus.[2]
Para detalhar com tanta precisão os discursos efetuados por Jesus e se diferenciar dos outros evangelhos. João e Tiago seu irmão mais velho (At 12.2) eram conhecidos como filhos de Zebedeu (Mt 10.2-4), e Jesus deu-lhes o nome de filhos do trovão (Mc 3.17). João foi apostolo e um dos três amigos mais íntimos de Jesus (juntamente com Pedro e Tiago – Mt 17.1) tendo sido testemunha ocular e participante do ministério de Jesus (1Jo 1.1-4). Depois da ascensão de Jesus, tornou-se uma “coluna” na igreja (Gl 2.9) Ministrou juntamente com Pedro (At 3.1;4.13;8.14) até ir para Éfeso, onde escreveu esse Evangelho e de onde os romanos exilaram para Patmos.
Foi João que escreveu as cartas 1-3 de João e o de Apocalipse.  

Data

João escreveu o seu evangelho em 80-90 d.C, aproximadamente 50 anos depois de haver testemunhado o ministério terreno de Jesus.  

Pano de Fundo

O estratégico para o pano de fundo é de que, segundo a tradição, João já conhecia os Evangelhos sinóticos. Aparentemente, ele escreveu o seu evangelho a fim de fornecer uma contribuição singular ao registro da vida do Senhor (“um evangelho espiritual”).    
Diferença entre o evangelho de João e os sinóticos. 
Não há parábolas, transfiguração, nenhuma palavra sobre Jesus expulsando demônios, nem das tentações de Jesus, não aparece o chamado dos doze discípulos e o batismo de Jesus.
Muitos discursos encontrados em João não se encontrão nos Sinóticos. Se lermos os capítulos de João 2-4 veremos a exclusividade dos diálogos com a mulher samaritana e com Nicodemos, a transformação da água em vinho, as diversas visitas de Jesus a Jerusalém, seus externos diálogos ou discursos no templo e em várias sinagogas, sem mencionar muito de suas instruções particulares aos discípulos, são exclusivos do quarto evangelho. [3]
Em João Jesus é explicito como Deus (1.1,18; 20.28). Aqui Jesus faz uma série de afirmações importantes como “Eu Sou”: Eu sou a luz do mundo, a ressurreição e a vida, o bom pastor, a videira, o pão vivo, o caminho a verdade e a vida. Contem várias oposições, dualismos mais fortes que nos sinóticos: vida e morte, de cima e de baixo, luz e trevas, verdade e mentira, visão e cegueira, e outras mais.[4]

Objetivo

João escreve o motivo pelo qual escreve esse evangelho em (20.31) “Mas estes foram escritos para que vocês creiam que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus e, crendo, tenham vida em seu nome.”. A palavra crer aparece 100 vezes neste evangelho. João compôs o se evangelho para fornecer razões para a fé salvadora de seus leitores e consequentemente, assegurá-los de que receberiam o dom divino da vida eterna (1.2).  
João escreveu para mostra a verdadeira identidade de Jesus, ou seja, Deus encarnado, cujas naturezas divinas e humanas estavam perfeitamente unidas em uma pessoa, que era o profetizado Cristo (“Messias”) e Salvador do mundo (1.41; 3.16; 4.25-26; 8.58)

Organização

O quarto evangelho é bem trabalhado e unificado. Trabalha muito as questões dos sinais miraculosos e da Gloria de Cristo. A primeira metade de sua obra organizou seu evangelho em torno dos setes sinais miraculoso escolhido para revelar a pessoa Cristo e gerar fé. 1) A transformação da água em vinho (2.1-11); 2)a cura do filho de um oficial do rei (4.46-54); 3) a cura de um paralítico (5. 1-18); 4) a alimentação de uma multidão (6.1-15); 5) Jesus andando sobre o mar (6.16-21); 6) a cura de um cego de nascença (9.1-41); e 7) a ressurreição de Lazaro. O oitavo sinal é a pesca milagrosa (21.6-11) depois da ressurreição de Jesus.     

Temas Teológicos e históricos.

De acordo com os propósitos evangelístico e apologético, a mensagem geral do evangelho se encontra 20.31:Jesus Cristo, o filho de Deus.O livro, portanto, centra-se na pessoa e na obra de Cristo.
Três palavras predominantes ( sinais, crer e vida). O tema salvação em Cristo, que é primeiramente apresentado no prólogo (1.1-18, 1Jo 1.1-4) e repetido ao longo do evangelho várias maneiras( 6.35,48; 8.12; 10.7,9; 10.11-14; 11.25; 14.6; 17.3).
Em resumo o evangelho foca:
1) Em Jesus como o verbo, o messias e o Filho de Deus;
2) que traz o dom da salvação para a humanidade;
3) na rejeição ou na aceitação da oferta.
Também fala na necessidade de se crer nele. (1.4-5,12-13; 3.16-21;12.44-46; 15.17-20)
As sete colocações de Jesus como o Eu sou, que identificam Jesus como Deus e Messias (6.35; 8.12;10.7,9; 10.11,14; 11.25; 14.6; 15.1,5)
A maior quantidade de ensino sobre o Espírito Santo (14.16-17,26; 16.7-14).





[1] Bíblia de estudos Macarthur pag. 1376
[2] Bíblia de estudos Macarthur pag.1376
[3] O comentário de João D.A Carson
[4] O comentário de João D.A Carson 


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